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o miúdo adaptou-se minimamente à creche. eu nem por isso.
estamos na segunda semana e cada dia foi um pouquinho mais: uma hora no primeiro dia, hora e meia no segundo, almoço no terceiro, almoço e sesta no quarto e, hoje já fica até ao lanche.
claro que trabalhar sem as constantes interrupções é bom.
já me tinha esquecido que é bom trabalhar. que é bom fazer coisas seguidas, com uma linha de pensamento contínua, sem quebras constantes de choro, atenção, fralda, leite, sopa, sono, chupeta e afins. mas, confesso que sempre que penso nele inquieto, com fome, sono, sujo, a pedinchar atenção e sem mim para prover a isso me dá um aperto no peito.
no primeiro dia estive a dois passos de desistir da creche depois de ter chorado o equivalente à água necessária para apagar um incêndio de grandes proporções.
se não fosse o rapaz a dar-me um abanão psicológico - e a magda, e a maria - tinha pegado nele ao colo e fugido muito rápido aqui para casa, onde o colocaria numa redoma bem protegido.
depois lembrei-me de todas as vezes que não compreendi este sentimento em outras mães e ganhei um pouco de vergonha na cara. não, não serei uma mãe que vive única e exclusivamente para a criança ainda que as minhas hormonas me gritem o contrário.
por isso, hoje de manhã correu um niquinho melhor: pôr-lhe coisas na mochila não foi o equivalente a fazer-lhe a trouxa para a tropa; deixá-lo na creche não foi a mesma coisa que o entregar para adoção.
já conseguir trabalhar a manhã toda foi glorioso. quase tão bom como a primeira vez que ele me deixou dormir a noite completa ao fim de quatro meses.
bem vos digo: ser mãe não mata mas mói.
e eu, meus senhores, ando toda moidinha.