Saltar para: Post [1], Comentários [2], Pesquisa e Arquivos [3]
jurei que ia entrar em 2017 muito mais contida no vernáculo.
faz parte do crescimento. uma pessoa deita-se e acorda e deita-se e acorda e, se não cresce, tanto deitar e acordar só serve para gastar colchões.
ainda assim há coisas que prontos (com s), me enervam a pontos de não perceber muito bem qual a reacção a adoptar, tanto mais que, enfim, uma pessoa não pode começar aos gritos com o ecrã prometendo porrada e caralhadas só porque, seja, não entende o mundo.
a notícia que agora vos deixo foi lida - creio - no fim de semana.
ontem a filipa falou sobre ela (e disse grande parte do que eu queria dizer) e após ler os comentários fiquei ainda com mais ânsias porque, mesmo sendo abordado, não me foram esclarecidas uma série de interrogações que me apoquentam.
e do que falas M.J., diz lá.
de um protesto por parte da federação portuguesa de cicloturismo devido a... rufem os tambores:
"Em causa, está a obrigatoriedade do uso do capacete pelos ciclistas, considerando os organizadores do protesto "um evidente desincentivo ao uso da bicicleta para curtas deslocações e a baixa velocidade".
portanto, vamos lá dissecar a coisa:
* as pessoas gostam de andar de bicicleta.
* há pessoas que gostam tanto que circulam no meio da estrada - têm direito, pois têm - a par com outros - têm direito, pois têm - encalacrando o trânsito todo (tal como o ti manel lá da aldeia, no seu papas reformas) - têm direito, pois têm.
* as pessoas atrás enunciadas sabem que existe uma grande "mortandade" na prática do seu passatempo, derivado de (sim, hoje estou para escrever mal) pessoas que conduzem carros, camiões, motas e motinhas - esses vilões - andarem no meio da estrada, em vez de circularem nas pistas que lhes são devidas.
* as pessoas atrás enunciadas estão tão obcecadas com os seus direitos e com os vilões que conduzem coisas com motor, que preferem essa mortandade a ser minimamente equiparados a veículos motorizados, no que a deveres diz respeito.
é isso?
é isso?
vamos lá ter calma, que não pode ser isso.
pedalar causa a ideia, em quem o faz, que têm um crânio de aço?
o facto de terem umas coxas amplamente musculadas e o ritmo cardíaco de um jogador de futebol transforma-os numa espécie de deuses a desdenhar objetos que lhes aumentam a segurança?
mesmo conduzindo com duas rodinhas entenderão que se caírem a cabeçorra vai manter-se imaculada?
e depois passando à argumentação, a segurança pode desmotivar a pessoa a andar de bicicleta? e isso é mau?
oh meus amigos! se alguém quer andar de bicicleta sem segurança é bom que se desmotive se for obrigado a tê-la, não acham? não deviam dar vivas por isso, ou na vossa obsessão de pôr as pessoas a fazer exercício físico chegaram a uma espécie de demanda que antes morto que sem pedais?
há aqui qualquer coisa - como há em todas as coisas extremas - que escapa à percepção do comum mortal.
não entendo o que pensará um desportista que prefere pôr em causa a sua segurança e a dos outros, apenas e só porque é chato. o que dirá alguém que defende isto se vir alguém a correr, de noite escura, no meio da estrada sem sinalização?
ah, ainda bem que está assim, que o que interessa é correr e se pôr o colete desmotiva ao exercício... antes morto que no sofá.
não consigo perceber. juro que não, e nem é por maldade ou por não querer fazê-lo.
já me custa entender que um grupo de homens feitos - que conduzem possivelmente todos os dias - se arrisquem a circular de bicicleta aos pares, em estradas de curva e contracurva no meio da serra (com a ciclovia ao lado), sem visibilidade alguma.
agora que a federação destes senhores seja contra o uso de capacete - que lhes dá segurança a eles - é coisa que não me entra na mioleira.