Saltar para: Post [1], Comentários [2], Pesquisa e Arquivos [3]
nesta coisa dos blogs há - como é normal e até compreensível - embirrações, antipatias, falta de vontade de gostar, incompatibilidades e discordâncias.
perfeitamente natural.
a maior parte dos blogs são escritos por pessoas que não ganham absolutamente nada com isso - às vezes nem um cif cremoso - e, como tal, limitam-se a esparramar nas palavras o que lhes apetece, o que lhes vai nos dedos sem pensar grandemente em quem lê. também há quem só escreva a pensar em quem vai ler. é como aquela coisa: há gente que se preocupa pouco com o que os outros vão pensar da sua saia amarela ou gente que só veste o amarelo da saia se souber que a maioria vai gostar.
não é problemático.
nem sequer teria importância se, grande parte de nós, não passasse por aqui algum tempo e procurasse na leitura, na escrita e na interacção, um bocadito de companhia, passatempo e distracção das horas mais longas.
assumamos portanto que as birrices, as antipatias, as picardias, a troca mais ou menos acesa de palavras escritas são naturais e nada de espantar.
este é o primeiro nível facilmente acessível a qualquer compreensão. mesmo de pessoas com problemas de aprendizagem.
agora coloquemos outro cenário: é possível entender aqueles casos em que a picardia é tão grande que impede ao comum dos mortais perceber coisas tão lógicas que até um macaco amestrado consegue?
possivelmente a culpa é minha. sei que não devo muito à inteligência (diz-se que as pessoas nascem bonitas ou inteligentes: no meu caso alguém me roubou "ambas as duas" características) - e entro tantas vezes em contradição que se fosse ganhar um euro por cada uma que digo, escrevo ou pratico estava ali taco a taco com o cristiano ronaldo. mas, ainda assim, há coisas evidentes:
sendo todos nós, na grande maioria, gente que escreve sem ganhar nada em troca, usando das palavras para expressar o que queremos e perdendo tempo nisso poderemos, em consciência, defender o plágio dessas mesmas palavras? desse tempo investido?
cum mil raios!
isso é mais ou menos aquela coisa de ser mulher e defender a burka!
ou ser gay e defender o putin!
ou ser judeu e defender o hitler!
ou sei lá: estar com diarreia e defender as ameixas quentes!
ou ser bacalhau vivo e defender o sal!
defender certas coisas apenas porque não gostamos da pessoa que foi delas vítima, mesmo que em potencial nós próprios possamos ser vítimas também, não é só uma contradição gritante: é uma burrice tão grande que nem um cardume de burros (evidente tentativa de provar a minha parca inteligência) consegue igualar!
defender um travesti de ideias apenas porque as ideias roubadas são de alguém que não se gosta é a mesma coisa que bater palminhas ao roubo do vizinho que faz barulho às duas da manhã quando a nossa porta está com problemas na fechadura e arrisca-se a ser a próxima.
não é só contradição. ou burrice.
é mesquinhez!
frustração.
inveja.
e um "foda-se, se ao menos eu também tivesse sido alvo da coisa podia agora ter mais uma qualquer treta para escrever".
há pessoas desprezíveis: depois há mil fraldas com cocó, mil sacos vomitados e as ditas em baixo, aos saltinhos por estarem no seu elemento.